eu era tão feliz ... ♪

Lembro da ingênuidade que tinha na minha fala, nas minhas brincadeiras. Do quanto ria mesmo sem entender as piadas só para não me sentir inferior, e ria de verdade, me sentia bem rindo, mesmo sem saber o motivo.

Lembro da minha vontade de querer crescer e fazer acontecer as coisas, lembro que corria com os pés na areia, que fazia buracos na terra, que sujava as unhas e não me importava nem um pingo com isso.

Lembro que gostava de um menino, mas tinha medo de chegar perto dele, não queria beija-lo, apenas ficar alí sentada olhando todos os movimentos que ele fazia.

Lembro que quando tinha raiva de alguém fechava a cara mesmo, não disfarçava pra manter "as aparências", o que sentia eu falava, doesse a quem doer, eu confiava, me entregava, pulava, brincava, tudo da maneira mais bonita que se tem para fazer as coisas. Da maneira mais sincera.

Me arrependo de não ser assim ainda, hoje me preocupo com o que vão pensar, deixo de falar o que sinto, pra não ferir, não magoar, mesmo sabendo que aquela mesma pessoa JAMAIS mediria as palavras para não me ferir.

Lembro que era chamada de menina, de imatura.

Mas vejo que minha maturidade ficou lá atrás. Ficou lá em cada sorriso sincero, em cada momento vivido.

Mas hoje eu tento, juro que tento, ser sincera como antes, falar o que penso como antes, e brinco sim, corro sim, e cada dia vejo que conquisto a minha primeira maturidade, aquela que eu conquistei lá atrás, na minha velha infância.

(Alana Q.)