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sábado, 30 de abril de 2011

O amor é silêncio

Eu como sempre, era o errado da situação... não sabia direito nem o motivo daquela briga ter começado. Só sei que estávamos numa boa, e depois fui assistir ao jogo, ela começou a falar e perguntar umas coisas que eu também não me lembro o que era - afinal quem escuta alguma coisa em um jogo? - então ela desligou a televisão e falou que estava se repetindo tudo de novo, a minha indiferença depois de bons momentos, o meu não ligar para ela, o meu não querer ouví-la. (Eu passei a noite toda 'conversando' com ela e ela me diz que eu não quero ouví-la?) Definitivamente não sei mais o que fazer para agradar. Será que ela não vê escrito na minha cara que eu a amo, mas que também preciso de um tempo para mim? Amo, amo sim, passamos por mil e uma coisas e eu nunca pensei na possibilidade de terminar tudo aquilo que estávamos vivendo...
- É sempre assim, eu venho para sua casa, você fica comigo um pouco, e depois vai para televisão, computador, jogo!
- É sempre assim? diversas vezes você chega aqui eu desligo, eu paro tudo, esqueço meu mundo para te escultar, para saber o que está passando em sua vida.
- Até você conseguir o que quer, então, você volta de novo para os seus afazeres, como você mesmo disse, o seu mundo.
- Você não sabe o que está falando, e isso está me ofendendo.
- Te ofendendo? Ofensa, é estar com você a tanto tempo, e ouvir raramente um "eu te amo" sem que eu tenha que força a barra te perguntando: "você me ama amor?" Será que você não podia falar isso naturalmente, diariamente, sempre!
- Ahhhh, então é isso, é porque eu não falo que te amo, agora sim, ficou tudo mais claro viu? aff
- É, você não entende, nunca entende, vamos ver se você entende isso aqui. (Ela saiu pela porta, e bateu bem forte)

Eu fiquei alí parado, na verdade ainda não tinha entendido muito bem, havia tudo acabado? Simples assim, ela sai e anos de namoro se vão? Esperei ela voltar, por dois dias, e, nada. Então liguei e ela não atendia. Fui a casa dela e não a encontrava. Me falaram que ela foi viajar, viagem essa que vinhamos programando a um bom tempo, achei até bom para ela esfriar a cabeça.
Depois de 4 meses ela voltou. 4 meses perguntando todo dia para o vizinho se ela já tinha chegado. Mas finalmente o dia de ter aquela conversa e ficar tudo bem tinha chegado. Acordei, vesti minha melhor camisa, o perfume que ela gosta, e claro, uma rosa.
[bati na porta]
- Paulaaa, abre a porta, sou eu.
- Oi Márcio, tudo bom?
- Meu amor, senti tanto a sua falta, tentei te ligar, você não me atendia, fiquei sabendo da sua viagem, fiquei louco aqui sem você, eu te amo, te amo muito. Me perdoe, eu mudei, eu prometo, vamos tentar recomeçar? Vamos continuar nossos planos de filhos, família, casamento, fique ao meu lado... - Falei isso abraçando ela fortemente.
- Sempre sonhei ouvir isso de você...
- Agora estou te falando, e vou te falar em todo amanhecer, eu te quero, eu te amo, só você, sempre.
- Você não está entendendo Márcio, sonhei ouvir isso, tudo mudou, tarde demais.
Foi quando olhei para dentro da casa, e tinha um vcara, nota 6, descendo as escadas, escadas essas que levavam ao quarto, sabia bem o caminho. Acho que alí, eu realmente entendi. Realmente aquela porta batendo era o ínicio do fim.
- É Paula, entendi, entendi sim... Eu não falava que te amava, mas estou aqui, depois de 4 meses sem você e te amando, você sempre falava que me amava, e está aí com outro... vou procurar alguém que me ame em silêncio, me ame baixinho, um amor sincero. Adeus.

3 comentários:

  1. Putz grilla velho, é muito bom seu texto!
    Eu vou estar sempre aqui
    beijos

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  2. A mensagem final é realmente tocante.
    De que adianta viver dizendo que ama quando não se ama tanto assim?

    Belo texto, estava com saudades de suas postagens.
    Beijo. ♥

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